Confesso que nunca imaginei que um dia fosse desejar assistir ao BBB (Big Brother Brasil), programa de entretenimento televisivo produzido pela emissora Rede Globo. Já me peguei maldizendo, pensando e achando o absurdo dos absurdos um programa desse no ar. Julgando o conteúdo (ou a falta dele) e obviamente, as distrações que ele nos traz diante de todo o corre e obrigações do dia a dia. O contexto de confinamento pandêmico me fez reavaliar algumas coisas internas e reconsiderar outras. O BBB21, despertou em mim a curiosidade geminiana em saber mais e espiar a vida de algumas figuras interessantes presentes no elenco atual. Principalmente, dos participantes negros. Que sim! Acompanho e tenho admiração por alguns deles. Uma casa dividida igualmente por participantes negros e brancos e com diferentes histórias de vida me trouxeram e despertaram em mim o olhar de uma Emília cidadã, humana e um pouco antropóloga e socióloga (rs). Claro, sem a soberba de me considerar uma. Mas, apenas com aquela curiosidade e vontade de observar as ações e pensamentos de vidas confinadas em uma casa confortável e que a cada dia, apresenta desafios unidos a experimentos emocionais e psicológicos a partir de gatilhos meramente calculados pela produção e diretores desse programa. Em alguns momentos, me pergunto sobre como agiria em determinada situação. Como me sentiria sendo vista e observada por todos ali dentro e ainda, milhares de pessoas conhecidas e desconhecidas aqui fora. Confesso, que não conclui o pensamento por sequer imaginar como deve ser isto. Como um programa de entretenimento pode nos levar para este lugar? Um lugar de observação do outro, do desconhecido e também da auto observação.
Certo que também somos provocados. Não na mesma proporção dos confiados, claro. Mas, numa proporção real de auto avaliação e reflexões que vão desde as mais básicas as mais profundas.
A edição desse ano começa nos oferecendo um banquete de reflexões sociais sobre comportamentos, pensamentos, preconceitos, atitudes e escolhas. Sinto que muita gente ali dentro está perdida. Ainda tentando entender como aquilo lá funciona. Mas, também estamos perdidos, não estamos?
O que assistimos ali é o que estamos vivenciando aqui fora.O que a sociedade num todo vivencia. Claro, exclua toda a produção, o conforto e questões materiais. Falo sobre sentimento. Sobre sentimento coletivo social. Ando concluindo que estamos no mesmo barco, todos. O que somos nós além de seres errantes em construção? O que somos nós além de seres humanos tentando acertar? Não sei se continuarei a assistir o programa nos próximos dias. Talvez, seja mais do mesmo. Mas, venho aqui genuinamente te perguntar: o que te move? O que te faz evoluir? O que você faz para evoluir e ter mais acertos do que erros nesta vida? Na certa, penso que não viemos aqui a passeio...
Que o meu, o seu e o nosso passeio seja a cada dia mais proveitoso e de mais aprendizados. Sempre.
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